Produção

Consumo de fertilizantes atrai mais investimentos

“O elevado nível de consumo de fertilizantes no Estado, que no acumulado do ano até setembro já mostrou crescimento de 7,3% em relação ao mesmo período de 2010, está alavancando os investimentos internos no setor. Os motivos para o aumento da quantidade consumida e para a antecipação das compras são a ampliação da área na safra de grãos 2011/12 e a tendência de elevação dos custos dos insumos.
A Vale Fertilizantes, por exemplo, formalizou, no final do mês passado, investimento de R$ 3,8 bilhões em Minas Gerais. Do montante, R$ 3,6 bilhões serão destinados à construção de um complexo de mineração no Distrito de Salitre, em Patrocínio, no Alto Paranaíba, onde a empresa detém o direito de exploração de uma jazida de fosfato.
Os outros R$ 190,8 milhões representam um aditivo ao protocolo de intenções da companhia em Uberaba, no Triângulo, assinado com o governo de Minas em 2008. Com o acréscimo, a Vale Fertilizantes prevê investimento total de R$ 462 milhões na região para ampliar suas plantas de ácido fosfórico, ácido sulfúrico e de produtos fosfatados de alta concentração.
Em Patrocínio, o projeto engloba a abertura de uma mina de rocha fosfática e a construção de novas unidades industriais para a produção de ácido sulfúrico e fosfórico, além de fertilizantes fosfatados de alta concentração. O empreendimento está atualmente em fase de estudo de viabilidade técnica e econômica e o start-up será definido após aprovação do Conselho de Administração da Vale.
A planta terá capacidade para produzir 2 milhões de toneladas por ano de rocha fosfática. E, conforme informações da empresa, o complexo industrial deve produzir 1,2 milhão de toneladas anuais de fertilizantes fosfatados. O mais importante é que o investimento representa uma redução da dependência do setor por importações, que respondem pelo fornecimento de 80% dos fertilizantes usados no mercado nacional.
A Petrobras também pode construir uma fábrica de amônia e ureia, orçada em US$ 2,5 bilhões, em Uberaba, no Triângulo. No entanto, o empreendimento ficou ameaçado após a Procuradoria Geral da República emitir parecer desfavorável à construção do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), que atenderia o Triângulo.
O projeto prevê ramal de 151 quilômetros para a distribuidora Gás Brasiliano – recentemente adquirida pela Petrobras -, que daria seqüência a um gasoduto já existente em Ribeirão Preto (SP). O ramal do Gasbol chegaria até a divisa com Minas Gerais, de onde partiria outro duto até a unidade de fertilizantes.
O fornecimento de gás à unidade de fertilizantes de Uberaba foi um dos principais motivos para a Petrobras adquirir a Gás Brasiliano e representaria um aumento de até 200% nas vendas da distribuidora até 2015. O ramal até o município foi projetado para atender à demanda gerada pela eventual planta da estatal.
Potencial – Para se ter uma ideia do mercado potencial de fertilizantes no Estado, estudo da Scot Consultoria revela que, de janeiro a setembro, Minas foi o terceiro maior consumidor de fertilizantes do país, atrás apenas do Mato Grosso e de São Paulo. A projeção é de que o Estado encerre 2011 com consumo da ordem de 3,3 milhões de toneladas, o que seria um crescimento de 6,5% em relação ao volume de 2010 (3,1 milhões de toneladas).
Os últimos dados relativos ao Produto Interno bruto (PIB) do grupo de fertilizantes e corretivos de solo, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), mostram que as vendas até a metade do ano cresceram 39,2% em relação ao mesmo semestre de 2010.”

Diário do Comércio,26/10/2011

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