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WSJ: relatório do USDA deve traçar comportamento dos preços

O relatório de safra que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga na quinta-feira (12) deve servir aos consumidores e investidores como um sinal preliminar de como os preços dos alimentos podem se comportar em 2012, segundo reportagem do Wall Street Journal. Os dados do governo são a avaliação final da safra do ano passado e incluem as informações mais recentes sobre os estoques de grãos do país. Os relatórios do USDA estimarão qual será a área plantadas pelos produtores e quais culturas devem ser escolhidas.
“Certamente (o relatório) vai estabelecer o tom para 2012”, afirmou o consultor de agronegócios Peter Meyer, responsável pelo boletim de commodities agrícolas Opening Print. Historicamente, os relatórios do USDA costumam impactar imediatamente os mercados de grãos.
Traders e executivos de empresas olharão mais atentamente para os dados de estoques, que são divulgados trimestralmente e informam qual é o volume dos estoques de milho, soja e trigo numa determinada data. Por esse motivo, o relatório de estoques não é uma previsão, mas uma constatação.
O último relatório do tipo, divulgado em 30 de setembro, mostrou que a oferta de milho era maior do que se esperava. Na semana seguinte, os preços atingiram o menor nível em nove meses. Assim, os dados do USDA podem alterar planos de longo prazo de companhias de agricultura e influenciar hábitos de compras de produtores que buscam sementes, fertilizantes e até tratores.
O executivo-chefe da Mosaic, Jim Prokopanko, disse que a queda dos preços do milho tornou os negociantes de fertilizantes mais cautelosos. Com uma redução expressiva no preço do fosfato, a companhia anunciou, no fim de dezembro, que vai diminuir a produção. “Nossa previsão para preços de fertilizantes é conduzida principalmente pelos preços do milho”, explicou.
O relatório de safra do USDA também pode afetar os preços dos alimentos durante todo o ano. Em janeiro passado, os dados oficiais despertaram temores com relação à oferta de milho, que poderia atingir os menores níveis históricos, pois a colheita de 2010 decepcionou e a demanda global drenou os estoques dos Estados Unidos. Os preços dos alimentos subiram durante os 12 meses seguintes, enquanto o USDA projetou alta dos preços dos alimentos de 3,25% a 3,75% em 2011.
Para este ano, a agência do governo estima um salto de 2,5% a 3,5% nas cotações dos alimentos, o que representa uma elevação modesta ante a média histórica das duas últimas décadas. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado, 09/01/2012

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