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Vale diz que licença ambiental é o maior risco para Carajás

A Vale SA informou na segunda-feira que o desenvolvimento de todos os seus projetos de investimento está sujeito a alterações de data ou cronograma devido a vários fatores, incluindo possíveis atrasos no licenciamento ambiental.
“O licenciamento ambiental está fora de nosso controle”, disse o diretor-presidente da mineradora, Murilo Ferreira, em reunião com analistas e investidores em Nova York. “”Esse é o risco mais importante na execução dos projetos.””
A Vale havia anunciado, ainda na segunda-feira, que planeja investir US$ 21,4 bilhões em 2012, ligeiramente acima das expectativas do mercado, mas menos que a verba de US$ 24 bilhões originalmente alocada para 2011. A mineradora informou recentemente que não completará seu orçamento total para 2011 devido a atrasos causados pelo licenciamento ambiental, escassez de mão de obra e atrasos na entrega de equipamentos.
O novo diretor econômico da Vale, Tito Martins, disse que a empresa confia em que obterá uma licença preliminar no início do próximo ano para o seu maior projeto, a mina de minério de ferro Serra Sul, em Carajás, no Pará, que já foi incluída no orçamento para 2012.
“”As coisas estão indo muito bem em relação à licença prévia””, disse Martins.
A licença de instalação para a Serra Sul, com capacidade de produção anual de 90 milhões de toneladas de minério de ferro, deve ser emitida no primeiro semestre de 2013, disse Martins. O executivo disse também que por enquanto a empresa está se concentrando em construir a infra-estrutura necessária para a Serra Sul. A empresa informou ainda que em 2012 espera produzir 50 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro, 16,6 milhões de toneladas de carvão, 300.000 toneladas de níquel, 340.000 toneladas de cobre, 650.000 toneladas de potassa e oito milhões de toneladas de rocha fosfática.
Segundo analistas, a Vale enfrentou obstáculos para garantir a licença ambiental para o projeto Serra Sul, de US$ 8 bilhões, que vai praticamente dobrar a capacidade de produção da Vale de minério de ferro de alto grau de pureza em suas operações em Carajás.
Martins disse que a produção da Vale de minério de ferro está relativamente inalterada desde 2006 devido aos atrasos no licenciamento e na entrega de equipamentos.
O plano de investimentos da empresa para 2012 ficou ligeiramente acima das expectativas de alguns analistas. Leonardo Correa, do Barclays Capital, disse que, “”em vista dos desafios crescentes para aplicar capital, vemos mais riscos de que os gastos de capital fiquem abaixo do orçamento no próximo ano””, e essa incerteza pode se refletir no preço da ação da Vale.
Quase metade do investimento será aplicado em minério de ferro, 22% em metais base, 10% em fertilizantes, 9% em carvão e 3% em siderurgia, segundo a Vale.
A Vale informou ainda que planeja produzir 312 milhões de toneladas de minério de ferro em 2012, ligeiramente acima da sua meta para 2011, de 310 milhões de toneladas da matéria-prima da siderurgia.

The Wall Street Journal, 28/11/2011

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