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Preço do fertilizante sobe e preocupa produtores

“Os preços dos fertilizantes seguem em alta, apesar da recente queda do dólar. Revendedores afirmam que a demanda está aquecida e que há estoques adquiridos com valores mais altos na indústria. Entretanto, especialistas apontam que esse gasto maior deve ser recuperado na venda da safra. Já os produtores que adquiriram adubo no primeiro semestre puderam aproveitar custos reduzidos pela desvalorização da moeda norte-americana.
Segundo dados da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, houve alta de 12% nos preços dos fertilizantes entre setembro e outubro deste ano. Este número, segundo o representante da entidade, Alexandro Alves, compromete os ganhos do produtor. Ele cita o exemplo da soja, que nos últimos 12 meses teve valorização de mais de 16%. Neste mesmo período, o adubo subiu 33%. Alves aponta que quem lucra com esta situação é a indústria.
– Eles, é claro, têm seus momentos de crise, talvez de altos e baixos na economia, mas obviamente que isso não se justifica. O preço sobe, mas quando o dólar cai, o preço automaticamente não cai. É isso que o produtor fica se questionando – diz.
Já a consultora de mercado Elisabeth Chagas vê o cenário com otimismo. Ela afirma que a quantidade de adubo comprada pelo produtor com dólar mais alto é pequena.
– Eu não vejo grandes problemas. Acho que se falou mais sobre o dólar caro do que sobre a realidade do impacto que ele vai ter. E, no frigir dos ovos, o produtor pagou por um período muito pequeno do consumo. Uma quantidade ínfima do total – declara.
Geraldo Henrique Lacerda Carvalho, gerente de revendedora, acredita que deve haver queda nos valores nos próximos meses.
– A tendência é diminuir o plantio, porque o pesado já foi. É a lei da oferta e da procura. As empresas têm que vender e vão baixar o preço. E com a queda do dólar, os estoques das indústrias também vão reduzir. Virá matéria-prima mais barata – conclui.”

Canal Rural, 8/11/2011

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