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Operações na barragem de Araxá seguem paralisadas

“Foi discutida durante um fórum comunitário na quarta-feira (27), a situação das barragens de mineradoras instaladas em Araxá, no Alto Paranaíba. Na oportunidade, a população pode questionar e esclarecer dúvidas sobre a situação atual das barragens na cidade, já que em fevereiro uma barragem de rejeitos do Complexo Mineroquímico teve situação de emergência declarada.

O G1 questionou a Mosaic Fertilizantes, empresa responsável pelo complexo, sobre a atual situação do local após pouco mais de um mês de declarada a situação de emergência. De acordo com a empresa, ainda não há previsão para o retorno das operações na unidade.

Por outro lado, a Mosaic explicou que está realizando intervenções na B1/B4 para elevá-la ao nível de segurança exigido. Todas as ações, segundo a Mosaic, estão sendo acompanhadas por técnicos especializados. Além disso, estão sendo feitas vistorias diárias e registradas junto à Agência Nacional de Mineração (ANM).

Também foi questionado como está sendo feito o trabalho junto à população, sobretudo as presentes na área rural. A Mosaic garante que as residências não são afetadas, em caso de rompimento da barragem e, por isso, não há necessidade de remoção dessas famílias.

“No entanto, a empresa efetuou a indicação da área de inundação no extremo das propriedades da Zona de Auto Salvamento e os moradores foram orientados a evitar o trânsito nestas partes das propriedades durante o nível de alerta. A empresa implantou um novo sistema no qual disponibiliza caminhonetes com sirenes móveis durante 24 horas, sete dias por semana. Os veículos possuem um percurso pré-definido e estão a postos para alertar a comunidade caso seja necessário. Essas medidas tomadas foram devidamente alinhadas com a ANM e Defesa Civil”, garante a empresa.

Porém, esta não é a única barragem do estado que se não conta com a estabilidade garantida. Conforme inventário atualizado anualmente pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), entre as 197 barragens classificadas como de tipologia de mineração, indústria e destilaria de álcool localizadas no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, duas barragens de Ituiutaba apresentam a mesma situação.

Outras duas – uma em Uberlândia e outra em João Pinheiro – não contam com o relatório, já que o documento não foi concluído devido a falta de documentação. Em Tupaciguara, três barragens não tiveram a condição de estabilidade verificada pela Feam.

Os dados são de 2017, última atualização do relatório, e são referentes às barragens cadastradas no Banco de Declarações ambientais (BDA).

Cadastramento de barragens

Visando evitar novas tragédias, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) está convocando usuários de recursos hídricos que têm barragens instaladas em cursos d’água para fins de acumulação de água para que realizem o cadastro dessas estruturas junto ao órgão.

De acordo com o Igam, o Triângulo Mineiro detém 14.185 dessas barragens. No estado são aproximadamente 57 mil. A maioria é considerada de pequeno porte e foi construída para fins de irrigação nas propriedades rurais.

O prazo para cadastramento de barragens com altura maior ou igual a 15 metros e/ou volume igual a 3 milhões de metros cúbicos terminou na última quinta-feira. O número de barragens cadastradas ainda não foi divulgado pelo órgão.

O prazo para o restante das empresas será cumprido de forma escalonada e se estende até o dia 31 de dezembro dos anos de 2020, 2021 e 2022, a depender do volume do reservatório do reservatório (ver tabela abaixo).”

globorural 04/04/2019

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