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Como disputa comercial entre China e EUA faz Brasil procurar mais fertilizantes russos?

Embora não esteja envolvido diretamente na guerra comercial entre os EUA e a China, o Brasil está reforçando seu papel na disputa, principalmente no que tange às exportações de soja.

Por sua vez, para exportar mais soja, o Brasil precisa de mais fertilizantes fosfatados. Um dos destinos para adquiri-los é a Rússia.

Crescimento de produção
Em resposta às tarifas impostas sobre os bens industrializados chineses, Pequim passou a introduzir tarifas de 25% sobre vários produtos agrícolas dos EUA, inclusive soja.

Na sequência disso, a China optou pelo grão brasileiro, tendo o Brasil se tornado o maior exportador de soja para o gigante asiático.

De acordo com a agência Reuters, a safra de soja brasileira de 2019 a 2020 poderá atingir cerca de 122 milhões de toneladas, dando, assim, um crescimento de 6% em comparação com a temporada anterior.

Não obstante a projeção de certa diminuição da demanda da China devido ao surto de peste suína africana, e redução do rebanho, especialistas preveem uma dinâmica positiva na procura de soja brasileira, destacou a Reuters.

Brasil compra mais fertilizantes russos
Para sustentar o crescimento ativo da produção de soja, agricultores brasileiros necessitam de um número maior de fertilizantes fosfáticos. Neste sentido, o Brasil compra cada vez mais estes fertilizantes da Rússia.

De acordo com dados, a PhosAgro tem registrado um aumento no fornecimento de fertilizantes para a América Latina em geral desde 2013. Em 2018, o fornecimento cresceu 23,9% em comparação com o ano anterior, atingindo dois milhões de toneladas.

“No Brasil opera uma filial da PhosAgro com escritório em São Paulo, que nos ajuda a manter o dedo no pulso e monitorar de forma rápida a situação econômica no país”, notou a empresa.

O Brasil vem demonstrando resultados recordes no que tange às exportações agrícolas para os mercados estrangeiros, notou a empresa. Além disso, a disputa comercial entre Pequim e Washington fez com que a soja brasileira fosse vendida mais cara, destacou.

“Há de destacar o crescimento das entregas de soja brasileira para a China, especialmente em meio à guerra comercial entre os EUA e a China. Por conta disso, a soja brasileira agora é vendida US$ 20 ou 30 mais cara do que a norte-americana”, notou.

Tal deve refletir no crescimento de consumo e importações de fertilizantes fosfáticos, apontou a empresa.

A PhosAgro espera que, no segundo semestre deste ano, o Brasil mantenha o ritmo de compra de fertilizantes. Além disso, a empresa procura “expandir a presença nesta direção importante”, referindo-se aos compradores brasileiros.

Rússia estimula exportações
A Rússia vem ativamente promovendo as exportações de bens de fabricação nacional. Um dos programas para melhorar a imagem dos produtos de fabricação russa no exterior é a marcação Made in Russia, lançado em 2017. Para participar do programa, os fabricantes russos devem passar pelo procedimento de certificação voluntária. Especialistas avaliam de forma independente as competências e o potencial de exportações da empresa, bem como verifica se a produção corresponde ou não às exigências do programa. Portanto, o programa garante a qualidade e a segurança dos bens nele participados.

Além disso, o governo russo apoia as exportações de manufaturados através do instituto de apoio Centro das Exportações Russo (REC, na sigla em russo), que proporciona uma ampla gama de medidas de apoio financeiras e não financeiras aos produtores russos.

Sputnik, 04/09/2019

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