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Aqua Capital adquire a distribuidora de insumo Boa Vista no MS

A Aqua Capital tem um ambicioso objetivo: tornar-se o maior varejista rural do Brasil, com a oferta de fertilizantes, sementes e defensivos. O investimento mais recente é a compra da Boa Vista, distribuidora de insumos localizada no Mato Grosso do Sul. 

Pela holding AgroGalaxy, a Aqua possui 105 lojas em 9 estados e atende mais de 16,5 mil produtores, com uma área superior a 9 milhões de hectares. O faturamento anual é de R$ 3,3 bilhões, mas pode chegar a R$ 4,2 bilhões ao final de 2020. A Boa Vista soma mais 1,3 mil clientes e 1,1 milhão de hectares ao portfólio. 

“Nós já vínhamos crescendo com a Agro 100 dentro do Mato Grosso do Sul. Mas, com a vinda da Boa Vista, vimos que podemos acelerar isso muito mais. A Boa Vista tem 6 lojas dentro do Estado e 26 agrônomos trabalhando no campo. Isso é uma alavanca forte de crescimento e vai ajudar a acelerar o que a gente vinha fazendo no Mato Grosso do Sul”, afirma o colombiano Tomás Romero, sócio da Aqua Capital. 

O valor de aquisição da distribuidora não foi revelado. O investimento reforça a estratégia de penetração e captura de novos clientes através de empresas já reconhecidas nas diversas regiões, que já levou a Aqua a formar a AgroGalaxy. A holding, anunciada em outubro, integrou Rural BR, Sementes Campeã, Agro100, AgroFerrari, Grão de Ouro, Semente Fróes, CDB e a GeoData. 

A holding vai manter as marcas existentes, que já possuem uma identidade regional e reconhecimento dos agricultores e inserir aos poucos a AgroGalaxy. Outro ponto da empreitada é que as empresas contam com executivos experientes, como o próprio Pascoal, ex-CEO da Dow AgroScience no Brasil. 

GeoData, por exemplo, é uma agtech que atua com a digitalização da agricultura de precisão através de imagens de satélites e ajuda o agricultor a entender o perfil de solo da propriedade. Dessa forma, é possível avaliar as diferentes áreas da lavoura e trabalhar melhor a adubação a partir de prescrições inteligentes. “Não é simplesmente vender ou fazer o varejo. Nosso objetivo é congregar serviços, tecnologia e insumos”, diz Pascoal. 

Criada em 2012 pelo argentino Sebastiãn Popik, a Aqua Capital possui US$ 650 milhões em ativos. O primeiro fundo da Aqua tem patrimônio de US$ 173 milhões e se encontra perto do prazo de vencimento dado usualmente por investidores de private equity, que varia entre 5 a 10 anos. Dessa maneira, a ideia é adotar um processo de vendas para obter lucro. O primeiro passo foi o desinvestimento na Fertiláqua, que atua no mercado de fertilizantes especiais, à israelense ICL por US$ 120 milhões. 

O perfil buscado é de empresas que caminham com as próprias pernas, com certo tamanho e fluxo de caixa positivo. “Conforme a gente seguir fazendo investimentos nesse segundo fundo, a saída natural é avançar com um terceiro fundo. Nossa lógica de gestor de private equity é exatamente essa: você vai criando famílias de fundos que, a cada três ou quatro anos, vai trazendo um novo fundo para a mesa”, completa Romero. 

Com consumidores cada vez mais exigentes e a necessidade de preservação das áreas produtivas, o aspecto ambiental também é levado em conta no processo de aquisições, comenta Welles Pascoal. “A questão de social, ambiental e governança é algo que realmente é valorizado em toda a cadeia, seja pelos clientes que compram a produção do Brasil ou as comunidades onde nós fazemos negócios”, diz. 

Globo Rural, 05/11/22 

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