Entrevistas

Diretor de Distribuição da Mosaic Fertilizantes, comenta a visão da empresa sobre mercado de fertilizantes e perspectivas da empresa

Em entrevista ao GlobalFert, Eduardo Monteiro, Diretor de Distribuição da Mosaic Fertilizantes, falou sobre a visão da empresa sobre o mercado de fertilizantes e perspectivas da empresa.

Eduardo Monteiro é formado em economia pela FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado Sólida. Possui  uma fundação baseada no Agronegócio tendo atuado como Chefe de Vendas e Distribuição da “Mosaic Brasil”, Chefe de Cadeia de Suprimentos e Suprimentos, Chefe de Desenvolvimento de Negócios e Diretor Financeiro (“CFO”).

1.  A Mosaic, grande player no mercado nacional e internacional de fertilizantes, atua no Brasil há muitos anos. Como a Mosaic vê e atende a demanda brasileira? Quais são as culturas que devem ter um maior aumento na demanda pelo cloreto de potássio? Com essa experiência no mercado nacional, qual a perspectiva de consumo para os próximos anos de fertilizantes no Brasil, principalmente em Cloreto de Potássio? Quais culturas devem ser responsáveis por esse cenário?

O Brasil é um dos maiores países do mundo em consumo de fertilizantes, ficando atrás somente dos Estados Unidos, China e Índia. Atualmente, cerca de 30% da demanda de fertilizantes do Brasil é de cloreto de potássio, insumo utilizado em praticamente todas as culturas. A projeção para o mercado como um todo é de um crescimento de 2% a 3% ao ano, puxada por culturas como a soja, o milho safrinha e o algodão. Em menor escala, os mercados de cana-de-açúcar e café também devem contribuir para este cenário. O cloreto de potássio cresce na mesma proporção da demanda de fertilizantes, por isso, a expectativa é positiva. A Mosaic Fertilizantes acredita no futuro promissor deste setor no País, além de possuir um compromisso com o produtor rural brasileiro. A intensificação do uso do solo, principalmente com sucessões de cultura como soja e milho, e as maiores produtividades alcançandas nestes cultivos, têm mantido e aumentado as demandas por nutrientes – o potássio por ser um nutriente que tem maior mobilidade no solo, constitui-se em um limitante para esses incrementos, caso não seja reposto de forma adequada.

2. O Projeto Carnalita, comprado da Vale, promete aumentar a capacidade de produção de KCl para quase o dobro da atual. Como anda o desenvolvimento do projeto? Quais são os projetos de expansões, nacional e internacional, que a Mosaic espera implementar para atender essa demanda crescente do mercado?

O Projeto Carnalita está em fase de análise pela equipe de potássio da Mosaic Company no Canadá. Devido ao processo de avaliação, a capacidade da mina também está sendo mensurada. Como todos os projetos de capital, a Mosaic irá considerar os riscos, custos de operação e retornos em comparação a outros investimentos em potencial para determinar o caminho a seguir, bem como as expectativas para o preço do potássio de acordo com o tempo de vida do projeto. Enquanto isso, a empresa continua buscando maneiras de tornar a produção atual a mais competitiva possível, gerenciando custos e otimizando a produção.

3. A mina de Rosário do Catete é a única mina de Cloreto no país atualmente. Quais mercados a produção dela atende e qual seu potencial para os próximos anos? 

A mina de Rosário do Catete produz, em volume, cerca de 50% para o Norte e Nordeste, 25% para o Centro-Oeste e 25% para o Sudeste, o que corresponde a aproximadamente 5% do total nacional. A produção deve seguir linear, no entanto, caso haja uma maior demanda por esse fertilizante, esses percentuais podem sofrer alteração, com o suprimento das regiões mais distantes atendido com importações da unidade da Mosaic no Canadá.

4. A Mosaic, além da produção de matérias-primas no Brasil, também produz formulações de fertilizantes. Há pretensão de instalação de novas plantas misturadoras? E como vocês enxergam esse mercado? Quais são as tendências de formulações no mercado dado a situação de fornecimento de nitrogenados, fosfatados e potássicos? 

Atualmente, a capacidade instalada da indústria de mistura no Brasil é maior do que o mercado consumidor. Não temos planos de expansão delimitados nesse segmento para construir novas fábricas. No entanto, avaliamos oportunidades de parcerias com indústrias já instaladas em potencias mercados nos quais podemos expandir nossa participação, como a região Norte/Nordeste;  em parcerias com misturadores e operadores logísticos locais, em São Paulo e Paraná, com as parcerias consolidadas com cooperativas que atuam nesses mercados – trabalhando com nosso portfólio de produtos convencionais e premiuns com qualidade superior e que garantem maior nível de tecnologia e ganhos de produtividade ao setor. O Brasil sempre esteve e continuará no radar da Mosaic. A empresa acredita que o País apresenta o maior potencial de crescimento no setor, por isso, continuará buscando soluções inovadoras para seus clientes e parcerias.

5. No último ano, o setor de fertilizantes sofreu com o caos logístico que o país. Quais medidas podem ser tomadas para que o transporte de matérias primas no Brasil seja otimizado, de modo a melhorar o atendimento aos produtores rurais?

A logística de fertilizantes no Brasil é tradicionalmente concentrada, seguindo a sazonalidade do setor de grãos. Ano passado, a concentração foi ainda maior em função da greve dos caminhoneiros e seus desdobramentos. Mesmo diante deste cenário, a Mosaic Fertilizantes conseguiu entregar todos os produtos no prazo por conta da posição de estoques de segurança e acompanhamento dos prestadores de serviço: terminais portuários, ferrovias e transportadores rodoviários. Como forma de agir proativamente para lidar com os pontencias gargalos logisticos e em decorrência da concentração de entregas, recomendamos aos nossos clientes distribuirem os volumes de embraque de fertilizantes de forma mais uniforme, evitando concentração no período de pico da safra.

6. O Sulfato de Potássio vem aumentando sua participação no mercado, visto que pode ser uma opção viável para o produtor rural. Qual o posicionamento da Mosaic frente a esta matéria-prima e qual a tendência futura para este fertilizante? 

A característica da maioria dos solos brasileiros e o aumento das produtividades das culturas são fatores que têm levado, cada vez mais, à necessidade de reposição de enxofre nas adubações. A presença de enxofre e potássio no sulfato de potássio e os baixos teores de cloro são características muito benéficas para as culturas. A Mosaic Fertilizantes vem desenvolvendo trabalhos e colhendo resultados em diversas culturas com o produto premium K-Mag que, como o sulfato de potássio, contém potássio e enxofre – e além dos baixos teores de cloro – apresenta, também, um nutriente fundamental para os processos de produção de energia nas plantas: o Magnésio, presente neste fertilizante em uma forma bastante solúvel, capaz de suprir rapidamente as culturas, aumentando produtividades e trazendo maior qualidade aos produtos colhidos. Estas características proporcionam melhor nutrição das lavouras e resultam em aumento de produtividade e também melhoria da qualidade nos produtos colhidos.

Sobre Mosaic

A Mosaic é uma das maiores empresas do mundo em produção e comercialização de fosfato e potássio combinados.

No Brasil, atua na produção, importação, comercialização e distribuição de fertilizantes para aplicação em diversas culturas agrícolas, além do desenvolvimento de produtos para nutrição animal e comercialização de produtos industriais.

 Com sede nacional em São Paulo (SP), a Mosaic Fertilizantes tem unidades próprias e contratadas em diferentes estados brasileiros e no Paraguai. Possui ainda seis minas de fosfato e uma de potássio no Brasil. A empresa conta também com cerca de 8 mil funcionários próprios e atende mais de 5.500 clientes.

Em Paranaguá (PR), a Mosaic é controladora da Fospar, produtora de fertilizantes fosfatados que possui um terminal portuário especializado no recebimento de fertilizantes a granel.

 Equipe GlobalFert, 14/03/2019

Fonte Imagem: Reprodução

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